Anda a poesia arredia
Da vida que passo e meço…
Confesso que não vejo
Por mais que tenha o desejo
Um encontro de poesia…
E cego de mim mesmo
Eu olho a sombra dum sesmo
Julgando que o sol se foi…
Tropeço na sombra… e a luz
Que pisei e transpus
Bate-me… e o corpo me dói…
Farei na sombra que o sol
Fugindo por entre os medos
Deixou flácida e mole
A escorrer nos meus dedos…
E outro dia voltou…
Mas não mais raiou o sol…
A poesia ficou mole
À espera doutro dia…
… Anda a poesia arredia…
E em mim tudo parou!...
Nasceu em Paderne(Albufeira), em 1916.
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